domingo, 28 de junho de 2009

O sol nasce no Oriente

"Se oriente rapaz, pela constelação do Cruzeiro do Sul"
Gilberto Gil

Sábado foi a Feira Cultural do colégio do meu filho. Um evento que envolve todas as séries - de 5ª ao 2º grau. O tema era sobre os países do Oriente. E cada turma, de cada série, se dividiu para ambientar as instalações da escola, se caracterizar e apresentar diferentes países. Muito válido, porque boa parte dos alunos não sabia muito bem do que estava falando, mas acho que a partir da feira, mesmo com pouca familiaridade com essas culturas orientais e apesar dos textos bem decoradinhos, esse autismo ocidental, foi amenizado. E eles estavam abertos. Dispostos. E participativos.

O colégio foi todo dividido para representar países como Japão, China, Vietnã, Camboja, Tailandia, Filipinas, Brunei, Indonésia, Timor Leste, Coréia, Malásia, Singapura, Bangladesh, India, Sri Lanka, Paquistão, Afeganistão, Arábia Saudita, Líbano, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Turquia, Emirados Árabes e Mongólia. As crianças se movimentavam pela escola fazendo referências do tipo: "Peraí que eu vou ali no Vietnã e te encontro no Paquistão".


Meu filhote ficou na tenda do Líbano. Corujices à parte, foi a mais visitada e mais bem ambientada e caracterizada.

Tinha apresentações de dança do ventre com o trio de meninas que trabalharam o tempo todo na performance. Uma graça. Sem nenhuma vulgaridade.



A tenda roxa, cheia de almofadas, tapetes e uma mesa com comidinhas típicas fez o maior sucesso. Soube que a da China e do Vietnã também estavam bem legais.







Ganhei até estrelinha das meninas para prender entre os olhos tal qual as indianas, talilandesas... Os figurinos estavam caprichados. Elas levaram a sério. Muito bom.






De conteúdo, a galera da Tailandia foi a que me pareceu saber mais o que estava dizendo. A de Israel também. Acho que eles eram da 8ª série. Mas eu não vi muitos outros. Haja também, né? É que uma vez entrando numa sala cheia de adolescentes que tinham decorado os seus textos e estavam ali caracterizados, inclusive, seria muito desagradável e antipático não ouvir a todos. Mas também não consegui ir a todos os ambientes.

Achei muito legal essa inciativa da escola. Adorei interagir com os adolescentes. Eles realmente estavam abertos e disponíveis.

A apresentação de todas as meninas no final do evento foi o máximo. Eu sou muito exigente com música e todas as escolhidas eram ótimas. Os figurinos e as coreografias também. A-do-rei!


V de Vitória

A seleção do Brasil conquistou a Taça das Confederações de futebol na final contra o azarão dos Estados Unidos, por 3 x 2. Depois de ter amargado um 2 x 0 no 1º tempo, fez uma reviravolta no 2ºe nem parecia o mesmo time perdidão do começo. Eu hein...

"O meio campo é lugar dos craques
Que vão levando o time todo pro ataque
O centroavante, o mais importante
Que emocionante, é uma partida de futebol!" Skank

Com esta vitória, o Brasil somou a terceira Taça das Confederações da história, e a segunda consecutiva, depois das vitórias de 1997 e 2005. Uh hu!

Agora, precisava fazer a gente sofrer tanto? Precisava ter sido tão ruim no 1º tempo? É sempre um explode coração.

"Bola de meia, bola de gude
O solitário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
"

Discurso sobre a monogamia

"Por você eu deixaria de beber
Por você eu ficaria rico num mês
Eu dormiria de meia pra virar burguês
Eu mudaria até o meu nome
Eu viveria em greve de fome
Desejaria todo o dia a mesma mulher"
Barão Vermelho

De acordo com os estudos da antropóloga Miriam Goldemberg, deixo aqui os discursos de seus entrevistados no livro chamado "Coroas". Para reflexão. Para os padrões culturais brasileiros , que tipo de monogâmico abaixo tem um discurso que lhe convence?

1)"Eu quero que minha esposa seja a Outra. Não quero ter uma amante. Quero continuar com tesão pela minha mulher, como tenho, mesmo ela envelhecendo, gordinha, com celulite. Ela é minha companheira de conversas, cinemas, viagens, restaurantes. Gosto de nossas brigas e reconciliações, de nossas diferenças. Gosto do seu corpo, do seu cheiro, do seu gozo. Não quero ter Outra. Não quero mentir. Não quero trair minha melhor amiga".

2) "Se acontece um relacionamento extraconjugal, é um sintoma. Por que isso aconteceu? O que isso revela do casamento? Caiu na monotonia? Então tem que conversar muito para ver as decisões que devem ser tomadas. Ou separa ou tenta recuperar a empolgação primitiva. Se eu sentisse desejo de transar com outra mulher, antes disso eu ia tentar conversar com a minha esposa e tentar ver o que está acontecendo entre nós. O que seria extremamente prejudicial é esconder, enganar, empurrar com a barriga."

3) Sabe qual é o maior paradoxo? O cafajeste é o cara mais fiel do mundo. Ele é o único que faz com que as mulheres se sintam únicas. Cada mulher com quem ele se relaciona se sente especial na vida dele. E é isso que uma mulher quer ser: especial, única, ou melhor, ela quer acreditar que é única. O cafajeste é o único cara que consegue transar com dez mulheres e fazer com que cada uma das dez se sinta a única na vida dele. Não é isso o que as mulheres querem? Serem únicas? Então o cafajeste é o cara mais fiel do mundo. É o único que faz com que dez mulheres acreditem que ele é fiel e que todas elas são únicas. Moral da história: é melhor ser cafajeste do que um cara fiel, porque elas acreditam mais no cafajeste do que em nós. Não é um paradoxo maluco?"

"O único caso que tive no meu casamento foi iniciativa de uma aluna minha. Eu não estava muito a fim, mas ela insistiu muito e eu me deixei envolver. Era um momento de crise pessoal muito grande, foi uma coisa de auto-afirmação, de carência. Depois disso eu já disse vários nãos a outras mulheres. Eu sou naturalmente fiel. Não tenho nenhuma inclinação para transar fora do casamento. Isso só ocorreu quando eu estava em vias de me separar. Eu sempre fui uma pessoa completamente monogâmica até que desisti de investir no meu casamento. E decidi que queria me separar. Aí me coloquei disponível para encontar outra pessoa. Pintaram alguns casos até que encontrei a mulher com quem estou agora."

Então tá. Decidam aí sobre os discursos acima que mais lhe agradam. Qual deles lhe diz alguma coisa? Eu divido aqui a minha opinião. Fico com o número 1, que me parece um bem querer e um desejo mais verdadeiros. Eu não gosto da palavra "esposa". Acho que o desejo é mais egoísta. Então prefiro ser a mulher do momento da vida de alguém do que a "esposa", sem que isso signifique clandestinidade. Além de formal, a palavra esposa tem uma conotação de coisa reprimida para mim. Dito isso, em outro post discorro sobre o assunto do ponto de vista antropológico e cultural. E acrescento que a natureza de alguns animais é espontaneamente monogâmica, como a de alguns pássaros. Mas e os seres humanos?

"... Toda fidelidade tem que ser espontânea. Se for preciso um pingo de esforço para suportá-la, ela se transforma em martírio ...."

Um dolce farniente sem culpa nenhuma...

"Lá no reino de Afrodite, o amor passa dos limites,
quem quiser que se habilite, o que não falta é apetite! Ulalalá."
Rita Lee


Domingo nublado que eu adoro. Com direito a solzinho tímido. Mar de ressaca. Caminhada na praia.

Um pouquinho de Norah Jones, Joss Stone, Amy Winehouse... e por aí vai...

Friozinho de inverno nos trópicos. Boa companhia. Alguém que gosta de você.

Uma massinha com molho de tomate. Manjericão. Um tinto para acompanhar. Pois foram feitos um para o outro. Assim como o arroz e o feijão. Simples assim. Me deixam saciada, aquecida, agradecida.

Olha o prazer de se comer uma massinha quentinha assim... Tem coisa melhor?

Ansiedade

Cientificamente falando...

"A ansiedade é um sentimento de apreensão desagradável, vago, acompanhado de sensações físicas que podem se manifestar como opressão no peito, palpitações, transpiração, dor de cabeça ou falta de ar, dentre várias outras.

A ansiedade é um sinal de alerta, que adverte sobre perigos iminentes e capacita o indivíduo a tomar medidas para enfrentar ameaças. O medo é a resposta a uma ameaça conhecida, definida; a ansiedade é uma resposta a uma ameaça desconhecida, vaga.

A ansiedade prepara o indivíduo para lidar com situações potencialmente danosas, como punições ou privações, ou qualquer ameaça à unidade ou integridade pessoal, tanto física como moral.

Desta forma, a ansiedade prepara o organismo a tomar as medidas necessárias para impedir a concretização desses possíveis prejuízos, ou pelo menos diminuir suas conseqüências.

Portanto a ansiedade é uma reação natural e necessária para a auto-preservação. Não é um estado normal, mas é uma reação normal, assim como a febre não é um estado normal, mas uma reação normal à uma infecção. As reações de ansiedade normais não precisam ser tratadas por serem naturais e auto-limitadas.

Os estados de ansiedade anormais, que constituem síndromes de ansiedade são patológicas e requerem tratamento específico. Os animais também experimentam ansiedade. Neles a ansiedade prepara para a fuga ou para a luta, pois estes são os meios de se preservarem

A ansiedade é normal para o bebê que se sente ameaçado se for separado de sua mãe, para a criança que se sente desprotegida e desamparada longe de seus pais, para o adolescente no primeiro encontro com sua pretendente, para o adulto quando contempla a velhice e a morte, e para qualquer pessoa que enfrente uma doença.

A tensão oriunda do estado de ansiedade pode gerar comportamento agressivo sem com isso se tratar de uma ansiedade patológica. A ansiedade é um acompanhamento normal do crescimento, da mudança, da experiência de algo novo e nunca tentado, e do encontro da nossa própria identidade e do significado da vida.

A ansiedade patológica, por outro lado caracteriza-se pela excessiva intensidade e prolongada duração proporcional à situação precipitante.

Ao invés de contribuir com o enfrentamento do objeto de origem da ansiedade, atrapalha, dificulta ou impossibilita a adaptação”.




Esse texto é científico mesmo. Eu já o havia enviado a alguém que precisava dele. Mas nunca o tinha aplicado a mim. Explicando...

Eu sou uma pessoa de saúde boa. Sou forte. Ou, pelo menos, eu achava que era até uns 3 dias atrás. Durmo pouco. Tenho durmido até menos. Sou naturalmente agitada. Tive um piripac recentemente que eu realmente não esperava. Surgiu do nada.

Era como uma onda passando dentro de mim. Pulsando em alguns pontos do meu corpo por onde ela passava. Não pude controlar. Meu coração disparou. Minha glote fechou um pouco. Minha boca ficou ressecada. Minha cabeça latejava e meu braço parecia que estava petrificando aos poucos. Pedi ajuda e fui parar num pronto-socorro. Estava com a pressão arterial a 16 x 10. Isso nunca tinha acontecido comigo. Nem nada parecido com isso. Eu não sou assim. Eu nunca fui essa pessoa. Não é o que consta na minha biografia até esse dia. Eu tenho, ou sempre tive, uma pressão naturalmente bem baixa. E eu não gosto de médico. Sou até relapsa com isso.

Confesso que fiquei abalada emocionalmente nos dias que se seguiram. Pela percepção de que as coisas represadas estão em ebulição. Pela fragilidade diante daquilo que não consegui controlar. Fiquei assustada, sim. Ouvi do médico de plantão que todos esses sintomas podem ter sido uma crise de ansiedade.

Por isso a explicação acima. Tenho projetado um filminho na cabeça e pretendo escutar os sinais do meu corpo. Ele está gritando por mim.

"À beira de um precipício só há uma maneira de andar para a frente: é dar um passo atrás".
M. de Montaigne

"O Grito" tela do expressionista Edvard Munch

sábado, 27 de junho de 2009

A Despedida da Pantera

A morte de Michael Jackson no mesmo dia de Farrah Fawcett acabou ofuscando o obituário da Pantera mais marcante da série Charlie's Angels, que no Brasil se chamava "As Panteras".

Esse corte de cabelo foi imitado por muitas mulheres na década de 80. Foi um ícone da década.

"Você possui apenas aquilo que não perderá com a morte; tudo o mais é ilusão."



Historinha boboca que fez o maior sucesso na década de 70, a série As Panteras estreiou em 1976.

Sabrina Duncan (Kate Jackson), Kelly Garrett (Jaclyn Smith) e Jill Munroe (Farrah Fawcett) eram as três detetives que tinham saído da academia de polícia como as melhores da turma e foram parar na agência de detetives do misterioso Charlie Townsend.

David Doyle era John Bosley, o amigo e chefe das Panteras e o homem que comandava a agência de Charles Townsend, um misterioso milionário anônimo que se cominicava através de um "viva-voz". O rosto de Charlie nunca aparecia, só de costas ou a sua voz.

Na série, Bosley ele era aquele cara que "nunca pegava ninguém" mas estava sempre por perto.

Essa série marcou a minha infância. Assim como colecionar papel de carta, pular elástico, jogar queimado e andar de patins.

Era comum eu brincar com as minhas amigas escolhendo que Pantera nós seríamos. Dependendo do trio que se formava, ninguém mudava de papel. Eles eram fixos. Mudar a ordem, era querer briga na certa. Por exemplo, eu "quase" sempre era a Kelly - a morena.

Às vezes sobrava a Sabrina para mim, quando todas as outras meninas eram mais velhas do que eu e não me davam o direito de escolha. E não adiantava eu reclamar. Era a lei de "onde os fracos não têm vez". As crianças sabem se valer disso. Se eu quisesse brincar, eu ia ter que ser a Sabrina e pronto. Aliás, ela era a mais esperta. Mas a gente preferia ser a mais bonita mesmo do que a mais inteligente. tse tse tse. Na verdade, ninguém queria ser a Sabrina porque ela tinha cabelo curto e todas nós queriamos ter um cabelão a la Fawcett, como a pantera Jill. O único que ficava feliz em ser a Sabrina era um amigo que anos mais tarde se assumiu gay. Ele costumava ser o Charlie, mas preferia mesmo ser a Sabrina.

O legal era brincar de As Panteras numa piscina. Eu sempre me imaginava uma Pantera mergulhadora. Acho que eu misturava a bond girl Ursula Andrews, do filme "007 contra o estranho Dr. No" com a minha Kelly inventada. Como a personagem era minha, eu achava que a minha Kelly tinha mais personalidade do que a do seriado. E eu fingia que a minha Kelly cantava. Às vezes, amarrava uns lenços da minha bisavó na cabeça para fingir que o meu cabelo era mais comprido do que era. E eu não fazia isso sozinha, não. Eu tinha companhia e cúmplice. Não estava sozinha nessa. Fazia parte da brincadeira. Criança é muito engraçado.

Bom, a carreira da Farrah foi alavancada com a série que ficou bem famosa e com o tal “poster do maiô”, esse aí do lado, que vendeu milhões de cópias. O poster aparecia em todos os lugares, foi uma super exposição de imagem para a época. Apareceu até no filme “Os Embalos de Sábado À Noite”. Mas Farrah não estava muito contente com o rumo que sua personagem estava tomando e, depois de receber inúmeras propostas, decidiu deixar a série no final da primeira temporada. Sua saída chocou o público e os produtores que a processaram pela quebra do contrato de cinco anos que ela tinha com eles.

Jill foi substituída pela loira Khris, interpretada pela atriz e também cantora Cherryl Ladd . Ela não tinha o mesmo appeal da Jill. Mas tinha um cabelão. Foi aprovada. Ela entrou no seriado fazendo o papel da irmã da Jill. E durou até bem mais do que a sua antecessora famosa.

Farrah Fawcett estava lutando contra um câncer maligno anal que se estendeu para o fígado. Morreu aos 62 anos, no mesmo dia de MJ, com um adeus anunciado e batalhado. Não queria morrer dessa doença e gravou um documentário sobre o assunto.

Prefiro essa imagem aí de baixo do que a derrotada pela doença. Não seria justo com ela. Tão bonita. Tinha um rosto quadrado. Em geral, pessoas de rosto quadrado são bem bonitas e expressivas.



Ela foi casada com o ator Lee Majors, da série "The Six Million Dollar Man", mas se separou dele em 1979.

Era casada com o ator Ryan O'Neal, que curiosamente, protagonizou o drama romântico "Love Story", onde vivia o cara que perde a mulher para um câncer terminal. Na vida real, tiveram um filho, em 1985, chamado Redmond, que tem sérios problemas com dependência química. Uma coisa bem triste.

" Estou prestes a iniciar minha última viagem, um salto terrível no escuro." (Thomas Hobbes)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Estranho Mundo de Michael

"I said if you're thinkin' of being my baby, it doesn't matter if you're black or white"

Como uma amiga bem me falou, eu que adoro música , não poderia deixar de falar da morte do Michael Jackson. Fiquei sabendo por ela, pelo MSN, enquanto o mundo todo ainda absorvia a informação e se perguntava se o que circulava não seria uma pegadinha. Todos os noticiários falavam sobre o assunto, mas nada era concreto e oficial.

Fiquei chocada, sim. O cara era um mito. Bizarro, sem dúvida. Polêmico. Controverso. Escandaloso. Esquisito. Mas também genial. Aquela voz. Aquele jeito de dançar. O personagem que representava no palco. Foi o rei do pop dos anos 80, sim.







Mas já era um fenômeno desde criança, nos 70's. Onda difícil de segurar, ainda mais se a sua família não for estruturada. E a dele, pelo que as biografias contam, decididamente, não foi.





MJ foi suspeito de pedofilia e abuso sexual. Algo que eu não perdôo, não compreendo, não aceito. Por isso, pela simples suspeita e pela eterna controvérsia, não vou render homenagens. Mas já aprendi que todo abusador, muito provavelmente, foi um abusado também.

Tinha uma doença de pele que o levou à obcessão por querer torná-la branca tendo nascido negra. Parecia não se aceitar como era. Homem e Negro. Foi ficando cada vez mais parecido com a irmã Latoya. Ou com Diana Ross. Parecia infeliz e frágil. Cheio de manias e esquisitices. E com uma androginia Frankesteiniana.

MJ também forçou uma paternidade que eu nunca entendi. Não acho que ele tinha condições de fazer escolhas tão estranhas pelas crianças que criava e que não poderiam fazer as suas próprias.

Eu sempre achei que pairava um quê de tragédia sobre a figura excêntrica de MJ. Foi odiado por muitos e com razão. Mas nunca deixou de ser amado. Engraçado, não havia meio termo na vida dele. E, sinceramente, ser intenso o tempo todo cansa. E a notícia da sua morte aos 50 anos se confirmou. Viveu meio século e foi artista desde criança. Nasceu com esse dom. Um talento natural. Mas não soube segurar.

Foi o rei de uma época. Depois desandou. Nos anos 90 sua carreira ficou confusa. Estava cada vez mais bizarro. Dizem, inclusive, que estava falido e se preparava para encerrá-la em turnê mundial. Mas o show nem começou. O fim de MJ foi mesmo trágico. E prematuro.

Eu tinha uns 11 anos quando ouvi Billie Jean pela primeira vez no rádio. Naquela época eu ficava esperando os programas de rádio repetirem uma determinada música para gravá-la em fita cassete. Era uma verdadeira caçada à música desejada. Muitas vezes ter o LP era bem mais fácil. E eu já fazia compilações musicais desde esse tempo. Eu pirava com Billie Jean. Tenho uma versão dela com o Caetano muito boa também.

Depois me apaixonei pela coreografia de Beat it e queria imitá-la.


E aí veio Thriller. Algo muito diferente no mundo dos clipes musicais.Tinha aquela narração aterrorizante do Vincent Price. Era simplesmente inovador e dançante. A coreografia era o máximo.

Recentemente, meu filho fez 12 anos e rolou uma festinha junto com o amigo mais próximo, que fazia 13, no mesmo mês de maio. Sendo os dois moradores do Rio e todos os adolescentes presentes também, a tendência predominante da festinha com pista de dança, laser, DJ e cachorro-quente da Genial foi: o funk carioca. Fazer o quê, né? Há que se respeitar. Mas também tocou Madonna, Rhyanna, Queen, Abba e... Michael Jackson! E aquelas crianças ali imitaram a coreografia de Thriller exatamente como se fazia há mais de 20 anos atrás. Achei incrível como essa música se manteve no tempo. É tudo tão rápido nesse universo midiático...


Essa foi a última aparição pública de MJ, em março desse ano, em Londres, anunciando o lançamento da sua turnê "This is it" e o encerramento de sua carreira após ela.

Eu encerro o post com a letra de "Billie Jean" que eu adoro, sem invalidar muitas outras músicas dele. Adoro aquelas que ele canta com o Paul Mcartney. Adoro a fase Jacksons Five. Era uma voz muito especial.

"She was more like a beauty queen from a movie scene
I said don’t mind, but what do you mean
I am the one who will dance on the floor in the round
She said I am the one, who will dance on the floor in the round
She told me her name was Billie Jean, as she caused a scene
Then every head turned with eyes that dreamed of being the one
Who will dance on the floor in the round
People always told me be careful of what you do
and don’t go around breaking young girls’ hearts
And mother always told me be careful of who you love
And be careful of what you do ’cause the lie becomes the truth

Billie Jean is not my lover
She’s just a girl who claims that I am the one
But the kid is not my son
She says I am the one, but the kid is not my son

For forty days and for forty nights the law was on her side
But who can stand when she’s in demand her schemes and plans
‘Cause we danced on the floor in the round
So take my strong advice, just remember to always think twice
She told my baby we’d danced till three, then she looked at me
Then showed a photo my baby cried his eyes were like mine

'Cause we danced on the floor in the round, baby
People always told me be careful of what you do
And don’t go around breaking young girls’ hearts
She came and stood right by me
Then the smell of sweet perfume
This happened much too soon
She called me to her room

Billie Jean is not my lover
She’s just a girl who claims that I am the one
But the kid is not my son
Billie Jean is not my lover"

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O que será? À flor da pele II

A pedidos, fiz a segunda parte da música "O que será?", do Chico, com imagens selecionadas ainda mais à flor da pele. A letra é cheia de duplos sentidos e de um erotismo refinado. Espero que lhe queime por dentro.

O que será que me dá?


Que me bole por dentro, será que me dá?


Que brota à flor da pele, será que me dá?


E que me sobe às faces e me faz corar.


E que me salta aos olhos a me atraiçoar.

E que me aperta o peito e me faz confessar.


O que não tem mais jeito de dissimular.


E que nem é direito ninguém recusar.


E que me faz mendigo, me faz suplicar.


O que não tem medida, nem nunca terá.


O que não tem remédio, nem nunca terá.


O que não tem receita.


O que será que será?


Que dá dentro da gente e não devia.


Que desacata a gente, que é revelia.


Que é feito uma aguardente que não sacia.


Que é feito estar doente de uma folia.


Que nem dez mandamentos vão conciliar.


Nem todos os ungüentos vão aliviar.


Nem todos os quebrantos, toda alquimia.


Que nem todos os santos, será que será?


O que não tem descanso, nem nunca terá.


O que não tem cansaço, nem nunca terá.


O que não tem limite.


O que será que me dá?


Que me queima por dentro, será que me dá?


Que me perturba o sono, será que me dá?


Que todos os tremores me vêm agitar.


Que todos os ardores me vêm atiçar.


Que todos os suores me vêm encharcar.


Que todos os meus nervos estão a rogar.


Que todos os meus órgãos estão a clamar.


E uma aflição medonha me faz implorar.


O que não tem vergonha, nem nunca terá.


O que não tem governo, nem nunca terá.


O que não tem juízo...