sábado, 27 de junho de 2009

A Despedida da Pantera

A morte de Michael Jackson no mesmo dia de Farrah Fawcett acabou ofuscando o obituário da Pantera mais marcante da série Charlie's Angels, que no Brasil se chamava "As Panteras".

Esse corte de cabelo foi imitado por muitas mulheres na década de 80. Foi um ícone da década.

"Você possui apenas aquilo que não perderá com a morte; tudo o mais é ilusão."



Historinha boboca que fez o maior sucesso na década de 70, a série As Panteras estreiou em 1976.

Sabrina Duncan (Kate Jackson), Kelly Garrett (Jaclyn Smith) e Jill Munroe (Farrah Fawcett) eram as três detetives que tinham saído da academia de polícia como as melhores da turma e foram parar na agência de detetives do misterioso Charlie Townsend.

David Doyle era John Bosley, o amigo e chefe das Panteras e o homem que comandava a agência de Charles Townsend, um misterioso milionário anônimo que se cominicava através de um "viva-voz". O rosto de Charlie nunca aparecia, só de costas ou a sua voz.

Na série, Bosley ele era aquele cara que "nunca pegava ninguém" mas estava sempre por perto.

Essa série marcou a minha infância. Assim como colecionar papel de carta, pular elástico, jogar queimado e andar de patins.

Era comum eu brincar com as minhas amigas escolhendo que Pantera nós seríamos. Dependendo do trio que se formava, ninguém mudava de papel. Eles eram fixos. Mudar a ordem, era querer briga na certa. Por exemplo, eu "quase" sempre era a Kelly - a morena.

Às vezes sobrava a Sabrina para mim, quando todas as outras meninas eram mais velhas do que eu e não me davam o direito de escolha. E não adiantava eu reclamar. Era a lei de "onde os fracos não têm vez". As crianças sabem se valer disso. Se eu quisesse brincar, eu ia ter que ser a Sabrina e pronto. Aliás, ela era a mais esperta. Mas a gente preferia ser a mais bonita mesmo do que a mais inteligente. tse tse tse. Na verdade, ninguém queria ser a Sabrina porque ela tinha cabelo curto e todas nós queriamos ter um cabelão a la Fawcett, como a pantera Jill. O único que ficava feliz em ser a Sabrina era um amigo que anos mais tarde se assumiu gay. Ele costumava ser o Charlie, mas preferia mesmo ser a Sabrina.

O legal era brincar de As Panteras numa piscina. Eu sempre me imaginava uma Pantera mergulhadora. Acho que eu misturava a bond girl Ursula Andrews, do filme "007 contra o estranho Dr. No" com a minha Kelly inventada. Como a personagem era minha, eu achava que a minha Kelly tinha mais personalidade do que a do seriado. E eu fingia que a minha Kelly cantava. Às vezes, amarrava uns lenços da minha bisavó na cabeça para fingir que o meu cabelo era mais comprido do que era. E eu não fazia isso sozinha, não. Eu tinha companhia e cúmplice. Não estava sozinha nessa. Fazia parte da brincadeira. Criança é muito engraçado.

Bom, a carreira da Farrah foi alavancada com a série que ficou bem famosa e com o tal “poster do maiô”, esse aí do lado, que vendeu milhões de cópias. O poster aparecia em todos os lugares, foi uma super exposição de imagem para a época. Apareceu até no filme “Os Embalos de Sábado À Noite”. Mas Farrah não estava muito contente com o rumo que sua personagem estava tomando e, depois de receber inúmeras propostas, decidiu deixar a série no final da primeira temporada. Sua saída chocou o público e os produtores que a processaram pela quebra do contrato de cinco anos que ela tinha com eles.

Jill foi substituída pela loira Khris, interpretada pela atriz e também cantora Cherryl Ladd . Ela não tinha o mesmo appeal da Jill. Mas tinha um cabelão. Foi aprovada. Ela entrou no seriado fazendo o papel da irmã da Jill. E durou até bem mais do que a sua antecessora famosa.

Farrah Fawcett estava lutando contra um câncer maligno anal que se estendeu para o fígado. Morreu aos 62 anos, no mesmo dia de MJ, com um adeus anunciado e batalhado. Não queria morrer dessa doença e gravou um documentário sobre o assunto.

Prefiro essa imagem aí de baixo do que a derrotada pela doença. Não seria justo com ela. Tão bonita. Tinha um rosto quadrado. Em geral, pessoas de rosto quadrado são bem bonitas e expressivas.



Ela foi casada com o ator Lee Majors, da série "The Six Million Dollar Man", mas se separou dele em 1979.

Era casada com o ator Ryan O'Neal, que curiosamente, protagonizou o drama romântico "Love Story", onde vivia o cara que perde a mulher para um câncer terminal. Na vida real, tiveram um filho, em 1985, chamado Redmond, que tem sérios problemas com dependência química. Uma coisa bem triste.

" Estou prestes a iniciar minha última viagem, um salto terrível no escuro." (Thomas Hobbes)

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