domingo, 28 de junho de 2009

Ansiedade

Cientificamente falando...

"A ansiedade é um sentimento de apreensão desagradável, vago, acompanhado de sensações físicas que podem se manifestar como opressão no peito, palpitações, transpiração, dor de cabeça ou falta de ar, dentre várias outras.

A ansiedade é um sinal de alerta, que adverte sobre perigos iminentes e capacita o indivíduo a tomar medidas para enfrentar ameaças. O medo é a resposta a uma ameaça conhecida, definida; a ansiedade é uma resposta a uma ameaça desconhecida, vaga.

A ansiedade prepara o indivíduo para lidar com situações potencialmente danosas, como punições ou privações, ou qualquer ameaça à unidade ou integridade pessoal, tanto física como moral.

Desta forma, a ansiedade prepara o organismo a tomar as medidas necessárias para impedir a concretização desses possíveis prejuízos, ou pelo menos diminuir suas conseqüências.

Portanto a ansiedade é uma reação natural e necessária para a auto-preservação. Não é um estado normal, mas é uma reação normal, assim como a febre não é um estado normal, mas uma reação normal à uma infecção. As reações de ansiedade normais não precisam ser tratadas por serem naturais e auto-limitadas.

Os estados de ansiedade anormais, que constituem síndromes de ansiedade são patológicas e requerem tratamento específico. Os animais também experimentam ansiedade. Neles a ansiedade prepara para a fuga ou para a luta, pois estes são os meios de se preservarem

A ansiedade é normal para o bebê que se sente ameaçado se for separado de sua mãe, para a criança que se sente desprotegida e desamparada longe de seus pais, para o adolescente no primeiro encontro com sua pretendente, para o adulto quando contempla a velhice e a morte, e para qualquer pessoa que enfrente uma doença.

A tensão oriunda do estado de ansiedade pode gerar comportamento agressivo sem com isso se tratar de uma ansiedade patológica. A ansiedade é um acompanhamento normal do crescimento, da mudança, da experiência de algo novo e nunca tentado, e do encontro da nossa própria identidade e do significado da vida.

A ansiedade patológica, por outro lado caracteriza-se pela excessiva intensidade e prolongada duração proporcional à situação precipitante.

Ao invés de contribuir com o enfrentamento do objeto de origem da ansiedade, atrapalha, dificulta ou impossibilita a adaptação”.




Esse texto é científico mesmo. Eu já o havia enviado a alguém que precisava dele. Mas nunca o tinha aplicado a mim. Explicando...

Eu sou uma pessoa de saúde boa. Sou forte. Ou, pelo menos, eu achava que era até uns 3 dias atrás. Durmo pouco. Tenho durmido até menos. Sou naturalmente agitada. Tive um piripac recentemente que eu realmente não esperava. Surgiu do nada.

Era como uma onda passando dentro de mim. Pulsando em alguns pontos do meu corpo por onde ela passava. Não pude controlar. Meu coração disparou. Minha glote fechou um pouco. Minha boca ficou ressecada. Minha cabeça latejava e meu braço parecia que estava petrificando aos poucos. Pedi ajuda e fui parar num pronto-socorro. Estava com a pressão arterial a 16 x 10. Isso nunca tinha acontecido comigo. Nem nada parecido com isso. Eu não sou assim. Eu nunca fui essa pessoa. Não é o que consta na minha biografia até esse dia. Eu tenho, ou sempre tive, uma pressão naturalmente bem baixa. E eu não gosto de médico. Sou até relapsa com isso.

Confesso que fiquei abalada emocionalmente nos dias que se seguiram. Pela percepção de que as coisas represadas estão em ebulição. Pela fragilidade diante daquilo que não consegui controlar. Fiquei assustada, sim. Ouvi do médico de plantão que todos esses sintomas podem ter sido uma crise de ansiedade.

Por isso a explicação acima. Tenho projetado um filminho na cabeça e pretendo escutar os sinais do meu corpo. Ele está gritando por mim.

"À beira de um precipício só há uma maneira de andar para a frente: é dar um passo atrás".
M. de Montaigne

"O Grito" tela do expressionista Edvard Munch

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