"Se ser feliz para sempre é aceitar com resignação católica o pão nosso de cada dia e sentir-se imune a todas as tentações, então é deste paraíso que eu quero fugir."
Em "Divã", de Martha Medeiros.


A atriz Lilia Cabral está ótima fazendo o papel da mulher que se parece um pouco com qualquer mulher. A questão da amizade feminina no filme é comovente.
O romance conta a história dessa mulher, de mais de 40 anos, casada, 2 filhos que resolve fazer análise. O que começa sem pretensões acaba por se transformar num ato de libertação. O texto é divertido e facilmente identificável com a vida real.
A terapia começa assim: "Sou tantas que mal consigo me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna, delicada. Acho que sou promíscua, doutor Lopes. São muitas mulheres numa só e alguns homens também. Prepare-se para uma terapia em grupo."

Eu sou louca pelos textos da Martha Medeiros. Ela virou uma espécie de gurua. Quase sempre eu me pego concordando com o que ela escreve como se ela traduzisse os meus pensamentos. Sou viciada na coluna que sai aos domingos no Globo. Para finalizar, outra frase de efeito da Martha, só que essa não é do filme:
"Tem muita gente que se distrai e é feliz pra sempre, sem conhecer as delícias de ser feliz por uns meses, depois infeliz por uns dias, felicíssimo por uns instantes, em outros instantes achar que ficou maluco..."
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