domingo, 14 de março de 2010

O Segredo dos teus Olhos

"O Segredos dos seus Olhos", filme portenho que ganhou o Oscar 2010 de Melhor Estrangeiro fez por merecê-lo.

Uma história boa de contar que deu um roteiro simples e com muito jeito na mistura de suspense, humor e romance, dando liga em tudo junto sem desandar: o oficial de justiça recém aposentado Benjamín (Darín) começa a escrever um romance policial sobre um caso de estupro seguido de morte que ele mesmo investigou em 1974.

Ao revisitar o passado pelas palavras e pela memória, ele questiona o resultados das investigações e a forma como conduziu sua vida até então. Entre indas e vindas no tempo, descobre-se como foi o crime e o que ele causou aos envolvidos, e que as decisões passadas ainda podem ser fatais no presente.

O crime é ambientado na época da última ditadura na Argentina, tratada de forma econômica e sem demagogia, apenas como cenário do governo de Isabel Perón e das ações constantes da “Triple A” (Aliança Anticomunista Argentina), grupo de repressão do Estado que recrutou gente da pior espécie, entre oficiais de polícia exonerados por delitos, civis com fichas criminais e matadores de aluguel. Tutti buona genti.


No final das contas, o filme é sobre o poder da paixão em nossas vidas. E o quanto elas podem resistir ao tempo.


Todos os atores estão bem.
O papel dramático do amigo alcoólatra é pontuado por situações engraçadíssimas.

É dele a máxima de que as pessoas podem alterar ou mudar quase tudo nelas mesmas, menos as próprias paixões.

Gostei da questão sobre justiça com
as próprias mãos do ponto de vista daqueles que perderam violentamente a quem amavam, apesar de todas as reconhecidas controvérsias. O filme não foi nem moralista, nem revanchista. Foi humano. E bom para os olhos de quem vê.

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