quinta-feira, 18 de março de 2010

Melancolia


"Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada"
Clarice Lispector

Melancolia é uma palavra bonita que significa algo triste. Blue. I feel blue.
Dia de vontades reprimidas de chorar. Até que disfarcei bem. Mas por dentro, um nó na garganta me apertou várias vezes. Borrei a maquiagem.

A verdade é que deixei o ser que me habita, perdido em algum lugar e levei apenas o corpo para o trabalho. A cabeça estava muito longe, matutando e sentindo muitas coisas. Muitas coisas que machucam, que me enfraquecem e depois me tornam mais forte.


Reconheço que essas fases de retiro amadurecem, deixando um traço qualquer na pele da gente.

Elas vêm e vão feito tsunamis:
primeiro recuam, depois avançam,
arrastando e destruindo o que era antes.
Já não é mais.
Não tem que ser.

Não há possibilidade de mudança
desvinculada do corte, da perda, da destruição.
No pain, no gain.







"Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra funk, e nem por isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar.

Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos". Martha Medeiros. Ave, Martha!

"Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...”

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