domingo, 24 de maio de 2009

O Mundo dos Mangás e a Adolescencia

O mangá é um gênero da literatura japonesa caracterizado por quadrinhos. O mangá moderno, como é conhecido hoje em dia, foi concebido por um cara chamado Osamu Tesuka que, por sua vez, foi influenciado por artistas ocidentais como Walt Disney e Max Fleischer (o criador da Betty Boop, minha pin-up favorita).

Esses desenhos, em geral, destacam olhos, bocas, sobrancelhas e narizes de maneira bastante exagerada, infantili, aumentado a expressividade dos personagens. Foi esse cara quem introduziu os movimentos nas HQ's através de efeitos gráficos, como linhas que dão a impressão de velocidade, destacando todas as ações que descrevem movimento. A partir daí as histórias dos mangás ficaram mais longas e começaram a ser divididas em capítulos.

Esse tal de Osamu Tezuka tinha até um estúdio próprio e produziu a primeira série de animação (animê) para a TV japonesa: o Astro Boy. Isso em 1963. A partir daí o mangá passou do papel para a televisão e ganhou esse aspecto comercial que lhe é tão característico.

Conheci esse mundo através do meu filho. A geração dele é bem influenciada por esses desenhos japoneses. Na minha época já passava uns enlatados japoneses bem trash como o Ultramen e o Spectramen. Mas hoje, cada série de TV é destinada à uma faixa etária. Não há como escapar. Esses desenhos determinam toda uma forma de consumo que vêm a reboque de um lançamento.

Boa parte das crianças da geração video-game, sejam elas do ocidente ou do oriente, ficaram viciadas nessas séries japinhas que passam na TV: é Pokemon, é Digimon, Yugi-Oh, Naruto, Death Note, Love Hina, One Pice e muitos outros, alimentando todo um consumismo desenfreado no público infantil e teen. Esses desenhos movem uma indústria midiatica que vende de tudo mesmo. É figurinha, é mochila, é camiseta. São milhões de bonecos, joguinhos, cartinhas... E viram temas de festas infantis. É apelativo. Transformam-se em objetos do desejo e movimentam royalties robustos... Quem já teve muitas festinhas infantis para comparecer, sabe que elas têm, todas, a mesma cara, o mesmo formato. O que muda é o tema. Assim, fica parecendo que uma festa é diferente da outra, mas na verdade, elas são absolutamente iguais.

Atualmente, a onda do meu adolescente são os mangás erotizados com conteúdo bem teen. Tudo é libidinoso de um jeito muito adolescente, sob medida para hormônios acelerados. Incrivelmente, já houve um pedido de viagem lá em casa para Tokyo, ao invés da Disney. Numa total inversão do sonho de consumo adolescente.


A paixão agora é por uma série chamada To Love Ru. Uma historinha sem pé nem cabeça, da qual ele é fiel devoto. Foi tema da festinha de 12 anos que eu produzi para ele. Desenhos do artista lá de casa. Conta a história de Rito, um garoto de 16 anos, filho de um executivo workaholic e de uma estilista que está sempre viajando a trabalho. Um aluno normal, que gosta de futebol e que tem uma queda por uma menina do seu colégio chamada Haruna. Como vários garotos nessa idade, ele tem dificuldade de conversar com garotas e não consegue declarar o seu interesse por ela.

É aí que acontece uma coisa bem surreal. Surge uma menina nua na sua banheira, chamada Lala Deviluke. Ela é na verdade uma princesa extraterrestre fugitiva que acaba se apaixonando por ele, ficando a melhor amiga da menina que ele gosta - a tal da Haruna - e que prefere ficar na Terra morando com o garoto e sua irmã, já que os pais dos dois estão sempre ausentes mesmo. É, tem um recadinho para os pais nessa historinha. E um conflito triangular na historinha.

Os adolescentes sempre foram o público-alvo do gênero dos mangás, mas eles se diversificaram tanto que acabaram virando um fenômeno cultural e comercial no Japão. Em parte por alcançarem todas as gerações e classes sociais, mas principalmente por serem baratos e acessíveis. Nos anos 60, apareceram os primeiros mangás adultos. Tinham assuntos mais profundos e roteiros mais complexos. E a partir daí surgiram também os mangás eróticos.

Os mangás falam de assuntos triviais como a vida escolar, o trabalho, os esportes, o amor, a guerra, o medo, a economia, a história do Japão... Assim, foram diversificando-se segundo o gosto de cada público e sendo aceitos culturalmente até tornarem-se esse fenômeno de hoje. A leitura única e exclusiva desse gênero, seria bastante questionável, como quase tudo o que é excessivo. Mas não se pode ignorar que eles realmente representam um novo fenômeno cultural. Eu faço a minha parte. Tento estimular e respeitar as mais variadas formas de expressão. E tento entender as novas que me são apresentadas. Sei que vou julgar mesmo. É inerente a mim e ao ser humano. Mas o fato de desconhecer algo, não me impede de enxergá-lo, processá-lo e ter a boa vontade de querer conhecê-lo. Os mangás são uma ponte para o universo particular do meu adolescente.

Uma curiosidade: A ordem de leitura de uma revistinha de mangá é inversa a ordem da ocidental, ou seja, a leitura das páginas é feita da direita para a esquerda. É a maior birutice para os padrões ocidentais. O conteúdo é em preto-e-branco, e, às vezes, têm algumas páginas coloridas, em papel reciclado, o que os tornam baratos e acessíveis. A edição de mangás representa hoje mais de 1/3 da tiragem e mais de 1/4 dos rendimentos do mercado editorial do Japão. Daí se entende o estímulo ao consumo de tudo o que produzem.


2 comentários:

  1. Amo mangás e principalmente eróticos são linda principalmente quando estão nuas ou fazendo SEXO

    ResponderExcluir
  2. As mangás são gostosas alguem me ensina criar um site de sexo pq já fiz mesmo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo sexo foda foda foda foda foda foda foda foda foda anomal animal animal !!!!!!!!!!!!!!!!!!sexo transar sexo transar

    ResponderExcluir