sábado, 25 de abril de 2009

La Vie en Rose num pedacinho de Copa

Outro dia fui com umas amigas e um valete corajoso ao Le Bleu Noir, restaurante especializado em crepes, na Xavier da Silveira, em Copacabana. Chegamos cedo e ainda esperamos por quase uma hora nessas cadeirinhas aí da foto. Eu não costumo gostar de esperar. Tenho sempre uma urgência, uma certa impaciência que confesso, são meio chatinhas, meio neuróticas, mas ali, na porta da casa tipicamente bretã, noite agradável de sábado no Rio, fiquei pacientemente esperando nos chamarem. Diria até que foi agradável porque foi o meu debut e de outros ali presentes. Parece que é normal encarar filas por lá, mas depois você entende o porquê. A casa não é nova, não. Já existe há uns 8 anos. Eu é que estava atrasada mesmo.

O restaurante é uma creperia que serve galettes (massa salgada) e crepes (massa doce) feitos exatamente como na Bretanha (região francesa onde surgiu o crepe).

Os crepes de lá são feitos com trigo negro ou sarraceno (sem glúten) - o tal do blé noir - e chegam à mesa fininhos, crocantes e acompanhados de salada verde ao molho de mostarda Dijon, servidos num prato de barro. Uma coisa. E ainda tomei uma autêntica sidra bretã servida numa xícara. A sidra é um tipo de espumante feito com o fruto da macieira. Mas acho que a carta de vinhos podia ser melhor. Pesou na conta sem valer tanto à pena.

E os crepes? Qualquer um com Nutella tera sido bom. Encontrei essa foto na web sobre o crepe de morangos. Não experimentei, não. Mas parece um poema. Agora o crepe de Nutella com avelãs... Humm... E olha que eu nem ligo tanto assim para sobremesas.

Pessoas que compartilham de uma espera em comum estão dividindo uma mesma experiência. É interessante perceber que, às vezes, encontramos pessoas por pura ocasionalidade e elas acabam participando de um momento das nossas trajetórias. Foi assim na espera de uma mesa nessa creperia de Copa. Éramos 5 e de repente nos vimos conversando com duas senhoras, mulheres de mais de 70 anos, que tinham ido a um cineminha e estavam ali para compartilhar um crepe e um vinhozinho, exatamente como nós. Fiquei imaginando que nós, as 4 mulheres ali presentes, bem podiamos ser uma daquelas duas. Que também deviam se enxergar em nós em tempos de mais frescor. Mas nem por isso eram menos mulheres. E estavam ali pelo simples prazer de comer um bom crepe e tomar um vinho tendo a companhia uma da outra. Amigas. Um prazer assim tão simples e tão indescritível. Comer, beber e viver. Em boa companhia, tanto melhor. Sabe aqueles momentos de alegria? De satisfação? Então...

"A alegria é a nossa evasão do tempo". Simone Weil

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